quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Caixinha de música! Cap. um!

Era natal de 1990, eu tinha meus singelos cinco anos. Recordo-me de ter sido o natal mais lindo que tive, uma noite inesquecível. O grande motivo foi o presente que ganhei, a família não ia muito bem financeiramente, mas à meia noite, papai me chama...Acordo já correndo para sala, mamãe então diz :
_ Olhe minha filha, tem algo para você aqui! Falava apontando para baixo da árvore com um simples sorriso estampado no rosto.
Eu, curiosa, corri ao embrulho e rasguei-o inteiro sem nem pensar duas vezes, ao abrir me deparei com uma linda caixinha, qual abri e uma linda bailarina aparecia e dançava ao som de uma belíssima música. Lembro-me como se fosse hoje. Sem perceber, tão inocente, me encantei pela primeira vez por um ser único. Os anos foram passando e acaixinha continuava alí, em meu quarto, ao lado de minha cama e todos os dias antes de dormir ficava a admirá-la.
Mamãe, ao perceber esse meu hábito julgou que eu desejava ser bailarina, como aquela bonequinha, foi então que me pos no ballet, aos sete anos de idade.
 Bem, com o tempo passe a adorar tudo aquilo, confesso: até levava um certo jeito. Vieram apresentações, audições, novos alunos, tanto rapazes como moças. Eu, fui crescendo assim, dançando e amando essa vida.
 Porém um dia, algo inexplicado aconteceu, arrumei-me e fui à academia, estava na barra me aquecendo, fazendo alongamentos, ao mesmo tempo, destraía--me com a paisagem outonal* ao lado de fora da janela, quando de repente, em um movimento obrigatório, olho para a porta, imediatamente meus movimentos se congeleram, estasiada senti meu coração pulsar como acontecia somente em minutos antecedentes de grandes extreias...
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Continua...

Quente! XV

Continuando...
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Enquanto Antonella estava a levar sua vida em frente, Pietra imaginava como ela estaria vivendo, pois sua vida parecia cada vez mais doída, e os pensamentos na mulher que lhe disse amor, estavam cada vez mais frequentes, devido a absal distância agora existente.


Andar pelas ruas de Paris sem ouvir comentários maldosos era inevitávezl, risos, olhares, até mesmo determinados gestos a criticavam. Senhoras e Senhoritas não poupavam os olhares de reprovação ao vê-la entrar em uma loja para efetuar determinada compra, em algumas, as atendentes lhe tratavam com total desprezo, outrora até recusavam atendê-la. Já não podia frequentar lugares que antes frequentava, sabia que não seria fácil enfrentar o mundo assim que assumisse ser mulher da vida, mas não ter ninguém ao lado para segurar-lhe a mão, fazia por vezes que abaixasse a cabeça para as demais pessoas que reprovavam-na.

Como já esperava, por vezes, alguns Senhores, mais salientes saiam com uma piada, uma corte mais desavergonhada. Pietra sentia-se despida pelos olhares pidões de muitos cavalheiros, conforme andava era como se todos os homens pudessem lhe ver através das vestes, que sempre fora grossa, de muitas camadas. Foi quando andando por próximo a casa de Antonella, e sentia esses olhares, lembrou da cortez moça, qual a despia com sutileza, com uma doçura jamais sentida antes, era perante tudo delicada com ela, não a tratava como objeto, ou como uma simples mulher, tatava-a como uma flor, a mais frágil flor. Sentiu um aperto no peito, não sabendo ao certo o que era, ao passar em frente a casa de Antonella, olhou para o alto, avistando a janela de seu quarto, um sentimento de saudade lhe invadiu. Não poderia ela estar sentindo tanta falta de uma mulher, não era certo, era mais errado do que a profissão que escolheu para sustentar-se, mas foi inevitável, não havia como controlar a lágrima que correu face a baixo, e como se fosse um carinho da mulher ausente, escorreu pelo pescoço, colo, pousando entre os seios e lá secando.

Pietra não sabe explicar o tanto de sentimentos envolvidos nesse pequeno jesto, mas sentiu uma vontade enorme de correr e se refugiar nos braços de sua admiradora, pois além de amá-la, respeitava e cuidava-a como nenhuma outra pessoa tinha feito em sua vida.

Quando em casa, sentia uma solidão absurda, mas tentava não se prender a isso, fazia o máximo de coisa para ocupar corpo e mente. A cada dia que passa, apareciam mais trabalhos, homens de todos os tipos, gostos e desgostos. Estava começando a nutris asco pelo sexo masculino, não se imaginava paixonada novamente por alguém de tão grande semelhaça aos clientes que tinha de atender, parecia não conseguir se entregar mais a eles.

Só não desacreditara do amor, pelo sentimento que Antonella mostrou nutrir, porém seu suposto sumiço, sem nem se quer um adeus a decepcionou, no fundo sim, por mais que tente demonstrar alívio. Não saberia enfrentar a situação que lhe foi imposta pela moça.

Mais uma noite ia chegando, aprontar-se para o espetáculo parecia uma tortura nesses últimos dias e acreditava que assim seria para o tempo que durasse seu belo corpo e emprego.
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Continua...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Quente! XIV

Conitnuando...
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Venho a relatar boa novas, acredito, ainda faz-se dia. Na verdade o Sol está a se pôr, que magnanima imagem tenho de minha janela. Começo a escrever, pois à noite tenho uma confraternização e como bem me conheço, não estarei apta a escrever.
 Cheguei hoje ao amanhecer, depois de uma longa viagem, tanto já fiz, que o dia não sessou e já estou cansada. Rever amigas e lugares é ótimo, mas não há como negar o quanto de nós é acumulado.
 De antemão encontrei Viviane, queridíssima , com quem desabafei obtendo pontos de vista diferentes, logo em seguida me guiou como se eu estivesse a primeira vez por aqui.
 Estar na Academia Safo de Letras novamente foi incrível, histórias e demaseadas histórias há naquele lugar, e quão bom foi encontrar antigas mestras : Senhora Kokionoua, mestra de literatura clássica, sempre muito sábia e de frágil nada tinha, uma das mais antigas professoras, sua aula era uma verdadeira viagem pelo tempo.  As literatus* ganhavam vida. Reencontrei também a Senhorita Elli Koinsno, fui da primeira turma para qual lecionou, jovem  e linda, sem dúvida a que mais despertava a atenção e outras sensações perante os homens clássicos e suas alunas, fazia crescer um sentimento de inveja perante as mulheres provincianas, que não gostavam na forma qual seus maridos olhavam-na ao passar.
Bem, o que posso dizer, além de...Que... Com ela, aprendi muito, além do falado e lido,  ela tanto me ensinou... Jamais esqueci e esquecerei da mulher que foi e a qual se transformara. Ainda resalto mencionar que continua lindíssima, e...Como não sei, ainda está com estatus de Senhorita.

Das alunas, hoje, em primeiro instante revi somente algumas poucas:
Gabrielle, continua com o semblante de pett, porém crescera e casou-se, de fato sempre fora muito romântica mas era de todas a mais menina, não imaginava ser a primeira a casar-se. Hoje, é mãe de um lindíssimo casal, uma menina de 3anos e uma lindo menino de 1 anos e 3meses. Exessão a regra, em uma turma de vinte mulheres era a única heterossexual. Seu marido é um respeitado fidalgo, da nobreza Italiana.
Charlotte, filha de francês e mãe inglesa, desde muito nova era encantada pela Grécia, não deixou o país por nada. Hoje morava com Franchesca, italiana bela, casaram-se logo  após o termino dos estudos. Mantinham uma linda casa na capital Grega, lecionavam na Academia, e Franchesca parecia estar se fascinando pelo mundo jurídico, mesmo não sendo aceita, brigava para ver os andamentos dos júris, que se faziam em grandes auditórios ou arenas, quando tinham o julgamento público, em época, mulheres não eram aceitas.
 Lorena Avlis era filha da ilha, a mais fiel aos ensinos de Safo. Porém nunca foi de uma pessoa só, acredita em amores, e achava absurdo jurar eternidade a um sentimento grandioso por seres tão mutáveis. Sempre vivera todos os amores que a vida lhe trouxe. Não mudou muito, e creio que sendo como é tem vivido cada vez mais amores. Continua uma mulher bela.
 Era Iokonoua, recebera taç nome por causa da Deusa, qual a mãe tinha verdadeira devoção, na época dos estudos encantara-se por Luísa,  uma legítima e típica brasileira, os pais eram pessoas importantes na aristocracia mineira e carioca, redisiam na capital : Rio de Janeiro. Luísa voltou para o Brasil, porém sempre que podia, pegava o primeiro navio de partida para a Grécia.
Catherine, Eduarda e Melina foram um dos mais polêmicos triângulos amorosos da ALL(Academia Lesbos de Letras - ficava na ilha, onde concluíamos os últimos dois anos de estudos, era uma extensão da Academia Safo de Letras), era quase uma tradição, ou sabe-se lá uma maldição, porém em todas as turmas havia sempre um triângulo. Este fora formado sem sombra de dúvidas o que tomou maiores proporções perante todas. Hoje, todas estão casadas, Catherine e Melina, e Eduarda casou-se à dois anos com Valeska Smarkovitch, descendete de alemães de intensos olhos azuis, mas nascera em Valência, Espanha, também fizera parte da nossa turma, muito tímida e de uma inteligência invejável, ocultou por anos o encantamento que nutria por Eduarda, segundo as más linguas, profanavam que Valeska era infeliz, porém hoje, a felicidade lhe salta os olhos.
 Também da Espanha eram  Ingrid Olivar, Penélope Arievillo e Carmen Burbonn. A primeira, tornou-se mestra e dava aulas em Atena(s), assim como Carmem, porém esta era mestra de canto lírico, piano e arpa. Penélope sempre fora sonhadora e estava a realizar esse sonho, vijando pelo Mundo. Seundo as meninas, fazia mais de quatro anos que saíra e ainda não voltara para visitá-las.

Bem, das demais colegas não soube notícia alguma, mudaram-se, e decidiram experimentarem novas vidas.

Confesso sentir saudades de todas espero até o fim de minha estadia encontrar a maioria, ao menos.

É com estas palavras que registro parte de meu dia, no momento fico por aqui. Vou então ao banho, dentro de algumas horas o navio atraca no porto de Lesbos e me dirigirei juntamente com Viviane, a então comemoração anual da Academia.

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Continua...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Até quando

Essa semana me disseram que todo homossexual tem que se assumir. Penso eu que esse é o desejo de todos, ou quase todos, mas ao mesmo sei o quão complicado pode ser. E o primeiro e maior motivo para o medo desse passo é a homofobia.

NÃO TEM COMO NEGAR, VIVEMOS EM UM PAÍS HOMOFÓBICO SIM!

Isso infelizmente não é nenhum absurdo, o Brasil é um país que mesmo com toda miscigenação, toda a diferença é como qualquer outro país preconceituoso, mais do que alguns, menos do que outros, mas é sim preconceituoso.

Parece mentira que em pleno século XXI ainda vejamos sérias e violentas manifestações para com homessexuais.

Em pleno dia da parada gay do Rio de Janeiro, cidade eleita a que melhor recebe o plúblico gay, um jovem leva um tiro de um militar simplismente pela sua sexualidade.
Em São Paulo, a cidade mais diversificada do país, outro jovem é agredido com uma lâmpada flosforecente também por outros jovens.

A mãe de um dos adolescentes que agrediu o outro em São Paulo, disse que são apenas adolescentes, que isso era coisa de menino de 16 anos, sendo que a mesma já tinha dado queixa do filho, poís uma vez este a agredira. Pera lar, ser adolescente, ter 16anos não quer dizer que sairão por ai batento em tudo o que forem contra.

Violência é um problema real da sociedade brasileira, para com todos, mas parece absurdo demais somente pelo motivo de um jovem ou outro ser de madeira "diferente" dos demais, em questão sexual, e por esse motivo, somento por esse motivo ser agredido sem ter feito absolutamente nada, a não ser assumir quem realmente é.

Todo fato ligado a esse assunto gera polêmica, como na eleição para presidente, qual o fato da aprovação do casamento gay tornou-se motivos de acusações, falatórios...

Tida como absurdo o fato de uma candidata a presidência da Federação Brasileira, dizer que se eleita aprovará a união gay.

Até mesmo o legado Papal veio a dar sua opinião perante essa repercução. Não estou aquí para defender nenhum candidato, ou dizer que apoiei Fulano ou Ciclano, não mesmo. Mas o fato é que o Estado é Laico, ou não? Ao menos eu pensava que era, e sendo ele Laico podia sim tomar decisões sem a participação da igreja, ou qualquer influência religiosa. Afinal seria concedida a aprovação da UNIÃO CIVIL GAY .

Vivemos em uma sociedade, na qual para ser considerada como uma é preciso haver pessoas, providas de personalidade, entre outros, então se é preciso pessoas, as mesmas tem que estarem incluidas nos deveres e direitos perante a sociedade.É nesse ponto que pergunto, onde está o direito dos homossexuais terem um registo civil de união? Somos uma porcentagem significativa, contribuimos para economia, não somos invenção de filmes, novelas, ou romances, pagamos nossos impostos e ainda sim, nada se é reconhecido.

Homofobia é crime! Mas cadê a lei que comprova isso? O.k, ela existe, mas por qual motivo ainda não a promulgaram? Por que foi votada e muitos votaram contra.

Fico a me perguntar se será necessário muitos serem fisicamente lesados, ou até mesmo mortos, para que a homofobia passe enfim a tornar-se crime legal. A violência verbal, muitas vezes se é deixada de lado para não ocorrer maiores problemas, nós mesmo fingimos não escutar ofensas para não sofrermos mais, nem causar um rebuliço maior, mas parece que isso não basta.

Alunos da UFRJ vivem com medo, poís se moram no alojamento tem que passar a se esconder, suas paredes são pichadas com xingamentos. Alguns até tapas já levaram...Em plena Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Alunos do Ensino Médio e Fundamental do Rio, sofrem bulling devido a condição sexual.

Se não está na hora dessa lei ser de fato legitimada, não sei mais o quê devará acontecer...
Fechar os olhos para o quê acontece apenas piora a situação. O medo de quem é gay, lésbica ou Trans não fica só na rejeição familiar ou de amigos, mas até que ponto a rejeição social chegará. 

Eu sei, fomos criados em uma base religiosa, predominantemente católica ou protestante, mas às vezes é necessário que o Estado esqueça isso e haja como deve agir, e fazer seu papel de integrar todos em seu meio. Afinal somos livres e temos direitos.

É complicado viver em local qual se colocam outdoors com frases de exclusão, que podem até mesmo induzir uns e outros a determinadas atitudes indevidas, como:
 “Em favor da família e da preservação da espécie humana. Deus fez macho e fêmea” (Silas Malafaia em outdoors espalhados pelo Rio de Janeiro);



Mais outdoors: “Homossexualismo. “E Deus fez o homem e a mulher e viu que era bom”. (WWW.vinacc.org.br –Visão nacional para a consciência cristã)

Religião foi criada para confortar quem se sente aflingido e não induzir a discórdia, ao menos ao meus ver.
Deus está para confortar e não para julgar ninguém. Perante o que cada uma ensina, cabe a cada pessoa decidir qual seguir, qual melhor lhe orienta, qual responde suas perguntas, qual lhe conforta, mas acima de tudo, qual religião te aceita como você realmente é.
Não estou a dizer que as religiões tem que mudar seus conceitos, seus preceitos, nada disso. Somento, queria que os representantes de cada uma, ou praticantes, tomasse um pouco mais de cuidado ao falar do assunto, ao tratar dele por ai, às vezes uma simples forma de falar pode causar transtornos maiores.
É apenas uma questão de cuidado de como se colocar e como colocar as idéias e princípios sobre cada pessoa, seja ela homossexual ou não.

homossexualidade não é doença, logo não tem cura, não há como mudar uma pessoa assim. Também não se escolhe ser homossexual, afinal, quem quer ser taxado como decepção e vergonha da família. Ouvir gracinhas na rua. Correr o risco de apanhar gratuitamente?
  Respondo : ninguém...Nenhuma pessoa quer passar por isso, quer ser julgada, chamada de pecadora, ouvir de todos que está errada, que não pode ser assim, que isso vai contra tudo e todos.


Um dgníssimo* Deputado disse essa semana que "TODO FILHO HOMOSSEXUAL DEVERIA SER TRATADO A BASE DE PORRADA". Ele não apenas disse, como também repitiu várias outras vezes, fico imaginando nas mãos de que tipo de pessoas o poder legislativo vem chegando no país. O mesmo ainda afirmou ser uns dos pouquíssimos heteros daquela bancada. Vale ressaltar o comentário do Deputado Chico Alencar, que disse que esse comentário segundo foi um elogio, que seria bom se a bancada parlamentar fosse de fato tão diversificada.(Conforta ver que há boas idéias lá dentro, mais ao mesmo amedontra ver certas atitudes e falas.)


Acho que já passou a hora das coisas mudarem, ou tomarem ao menos um pouco mais de cuidado ou carinho ao serem olhadas pelos Governantes e pela população.
Não é necessário aceitar, mais é preciso respeitar. Só assim para viver em paz.

Deus criou o homem e a mulher para viverem em harmonia, não criando discórdia, ou para julgar uns aos outros. Me engano? 
Cabe a todos nós, cada homem e cada mulher, dentro de sua grandeza interior e sapiência respeitar uns aos outros, e amar uns aos outros. Afinal, antes de possuírmos sexo, antes de sermos homens ou mulheres, somos pessoas, somos HUMANOS.


Desculpe caso tenha passado dos limites, mas era preciso esse desabafo.