quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Quente! XV

Continuando...
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Enquanto Antonella estava a levar sua vida em frente, Pietra imaginava como ela estaria vivendo, pois sua vida parecia cada vez mais doída, e os pensamentos na mulher que lhe disse amor, estavam cada vez mais frequentes, devido a absal distância agora existente.


Andar pelas ruas de Paris sem ouvir comentários maldosos era inevitávezl, risos, olhares, até mesmo determinados gestos a criticavam. Senhoras e Senhoritas não poupavam os olhares de reprovação ao vê-la entrar em uma loja para efetuar determinada compra, em algumas, as atendentes lhe tratavam com total desprezo, outrora até recusavam atendê-la. Já não podia frequentar lugares que antes frequentava, sabia que não seria fácil enfrentar o mundo assim que assumisse ser mulher da vida, mas não ter ninguém ao lado para segurar-lhe a mão, fazia por vezes que abaixasse a cabeça para as demais pessoas que reprovavam-na.

Como já esperava, por vezes, alguns Senhores, mais salientes saiam com uma piada, uma corte mais desavergonhada. Pietra sentia-se despida pelos olhares pidões de muitos cavalheiros, conforme andava era como se todos os homens pudessem lhe ver através das vestes, que sempre fora grossa, de muitas camadas. Foi quando andando por próximo a casa de Antonella, e sentia esses olhares, lembrou da cortez moça, qual a despia com sutileza, com uma doçura jamais sentida antes, era perante tudo delicada com ela, não a tratava como objeto, ou como uma simples mulher, tatava-a como uma flor, a mais frágil flor. Sentiu um aperto no peito, não sabendo ao certo o que era, ao passar em frente a casa de Antonella, olhou para o alto, avistando a janela de seu quarto, um sentimento de saudade lhe invadiu. Não poderia ela estar sentindo tanta falta de uma mulher, não era certo, era mais errado do que a profissão que escolheu para sustentar-se, mas foi inevitável, não havia como controlar a lágrima que correu face a baixo, e como se fosse um carinho da mulher ausente, escorreu pelo pescoço, colo, pousando entre os seios e lá secando.

Pietra não sabe explicar o tanto de sentimentos envolvidos nesse pequeno jesto, mas sentiu uma vontade enorme de correr e se refugiar nos braços de sua admiradora, pois além de amá-la, respeitava e cuidava-a como nenhuma outra pessoa tinha feito em sua vida.

Quando em casa, sentia uma solidão absurda, mas tentava não se prender a isso, fazia o máximo de coisa para ocupar corpo e mente. A cada dia que passa, apareciam mais trabalhos, homens de todos os tipos, gostos e desgostos. Estava começando a nutris asco pelo sexo masculino, não se imaginava paixonada novamente por alguém de tão grande semelhaça aos clientes que tinha de atender, parecia não conseguir se entregar mais a eles.

Só não desacreditara do amor, pelo sentimento que Antonella mostrou nutrir, porém seu suposto sumiço, sem nem se quer um adeus a decepcionou, no fundo sim, por mais que tente demonstrar alívio. Não saberia enfrentar a situação que lhe foi imposta pela moça.

Mais uma noite ia chegando, aprontar-se para o espetáculo parecia uma tortura nesses últimos dias e acreditava que assim seria para o tempo que durasse seu belo corpo e emprego.
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Continua...

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