terça-feira, 13 de julho de 2010

Quente VII!

Continuando...
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Vou a relatar o que vem se passando em meus dias, cada momento, cada segundo e como o ar que respiro me renova e novo me parece ser.
A noite pousou-se e eu fiquei em casa, ouvia música tinha a distração ao que vinha de fora...Confesso ter sentido muita falta de ir vê-la, mesmo de longe. Porém era necessário ficar assim, já era desconfiante uma mulher sempre a observar um cabaré, ou se eu aparecesse demasiadamente com vestes masculinas, logo me descobririam, afinal curiosidade sobre quem seria esse tal rapaz de pronto apareceriam.
Descobri alguém ainda mais encantadora do que Lola, Pietra que é ainda mais linda dentro de sua inocência melindre de seu pudor. Mesmo sendo a mesma pessoa não carregava o fardo da vida que levava.
Como foi mágica a noite passada com ela, loucura minha sim, mas se não fosse eu desprovida de lucidez não estaria agora tão feliz. As únicas coisas que me inquietam é ter ido vê-la e não saber o que achou de todo acontecido. Sei que venho a me arriscar, mas é preciso e se me for permitido fazê-la feliz não pouparei esforços ou medidas.
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Mas uma noite vinha a tona, Pietra ou melhor dizer, Lola agora já estava a postos, antes... espiou pela fresta da cortina para ver se a encontrava. Lembrava-se bem dos olhos, mesmo escondidos entre gestos e aparência masculinas eram de feminilidade intensa. Porém não os viu. Seu sorriso sumiu, mas ficou na esperança que tivesse a observá-la ao lado de fora.
Então saída do transe, pois haviam lhe anunciado, a música tocou e finalmente a atração principal da noite se apresentou. Desta vez somente a dança e o despir de poucas vestes e acessórios.
Os homens empolvorosos como sempre, mas “Lola” logo terminou e dirigiu-se ao dressing*. Sentou-se de frente ao espelho e começou a retirar a maquiagem ao se ver parou e ficou a se admirar, pensou em tudo o que viveu n dia anterior... Aquela mulher que lhe proporcionou momentos diferentes, sem maledicência, a vida que vinha vivendo até o presente momento... Fez que não com a cabeça , suspirou e terminou de se trocar.
Arrumou as coisas rapidamente e se dirigiu a saída buscando encontrar Antonella, mas não a achou, um sentimento estranho preencheu todo o seu ser, tomou um táxi então e foi para casa.
Pelo caminho a pensar e repensando: Que loucura, como imaginar duas mulheres juntas e justamente ela com uma senhorita da nobre sociedade, era no mínimo inaceitável.
Chegou em casa e foi direto tomar um banho, voltar a ser ela mesma era a maior felicidade que tinha em seus dias...Deitou-se e mais uma vez, mesmo tentando não pensar, foi inevitável o buscar em mente até aquela bela e louca senhorita que lhe
confessou amor.
Sorriu fazendo um gesto negativo com a cabeça, em um momento se perguntou o motivo dela não ter ido vê-la, mas achou até melhor que assim fosse não poderia alimentar ilusões, apagou o candelabro e pôs-se a adormecer.
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A bocejar mais um dia quando ambas, cada uma em sua casa já de pé estavam. Era inacreditável como não conseguiam esquecer o acontecido. Enquanto Antonella pensava em como ter a real chance, Pietra certificava-se que a melhor coisa a fazer seria não alimentar loucura alguma, antes que tudo se tornasse algo irredutível e no final da estória, triste, capaz até mesmo de tragédia.
Festejos aconteciam na cidade, seria então mais um dia em que não se encontrariam, para alívio de uma e ânsia de outra. Paris inteira em festa quase um “carnaval” acontecia pelas ruas: pessoas felizes sem estatus de separação cantavam e dançavam.
Para Pietra não havia dia melhor, podia sair a rua como uma Dama igual a todas as outras...Às vezes um ou outro senhor a cortejava elegantemente mas olhares de volúpia mostravam as reais intenções, Pietra fingia não vê-los e continuava a admirar toda a festa.
Para Antonella a festa era apenas mais uma que a corte criara para amenizar a melancolia miserável da maioria desfavorável. Não gostava de tumultos, preferia a paz que tinha em seu refúgio, mas inexplicavelmente nesse dia pôs-se a ir até Notre dame admiradora que de tão bela arquitetura, mas diante a confusão na rua acabou mudando o curso...
Devido a estação do ano o campo estava todo florido o que lembrou Pietra que de imediato entre cantos, danças e comidas, sorridente caminhou até lá... Alguns casais estavam a passeio de mãos dadas, ela sorria e os cumprimentavam. Chegou ao lugar que lhe era preferido e por lá ficou.
Antonella caminhando sozinha acabou por capturar uma pintura como imagem e antes mesmo de ver a face da bela moça que descansava em sua frente, seu coração e o perfume trazido pela brisa, reconheceu Pietra: um vestido lilás destacava a alva pele, as mãos postas em luvas dava-lhe um ar de leveza e o leque a abanar com tamanha delicadeza... ficou segundos admirando-a até esta notar alguém ali e como em um susto de pronto colocou-se de pé...


Continua...

3 comentários:

  1. Menina, como vc escreve bem e como me encanta a sua capacidade de criar e amarrar personagens e cenas. Parabéns!! Adorei o blog...e virei fã...

    Sou chicana e frequento o Tia Chica.

    Bjs.

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  2. Muito emocionante, to louca pra saber o que vai acontecer com Antonella e Petra *-*


    Bjos...

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